domingo, julho 31, 2005
sábado, julho 30, 2005
Roger Mello
Roger Mello
Ilustrador e autor de livros infantis, Roger Mello nasceu em Brasília, em 20 de novembro de 1965, e vem se destacando como um dos nomes mais aclamados pela crítica e pelo público. Suas cores fortes e quentes preenchem traços carregados de dramaticidade e espírito lúdico, emprestando às obras de outros escritores um clima marcadamente brasileiro e festeiro. Esse também é tempero essencial de muitos de seus livros, escrevendo principalmente recontos de lendas e histórias do folclore, revelando nuanças da alma e dos feitos do povo.
Obras:
1990 - A flor do lado de lá
1993 - O gato Viriato
1995 - O próximo dinossauro
1996 - Viriato e o leão
1996 - Bumba meu boi bumbá
1996 - Maria Teresa
1997 - Cavalhadas de Pirenópolis
1997 - Griso, o unicórnio
1997 - A Pipa
1999 - Todo cuidado é pouco!
2001 - Meninos do mangue
2002 - Vizinho, vizinha
Artista plástico, Roger Mello é formado em Desenho Industrial e Programação Visual, pela UERJ. No inicío de sua carreira, trabalhou ao lado de Ziraldo, na Zappin, e também se dedicou ao desenho animado: cursos no SENAC, na UERJ e no grupo Animation, com a equipe do National Film Board, do Canadá. Na televisão, fez as vinhetas de encerramento da novela Vamp, para a TV Globo, além de diversas participações na TV Educativa do Rio de Janeiro, nos programas Canta Conto e Um salto para o futuro.
Em 2000, Maria Teresa foi destaque na estréia da série Livros Animados, do canal Futura, ao lado de Vitor e o jacaré de Mariana Massarani. A Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil, que apóia o projeto, foi a responsável pela seleção de 20 obras para a realização de 10 programas que transpõem histórias de autores brasileiros para a televisão, através da animação por computador, respeitando as ilustrações originais.
Sendo um dos artistas mais requisitados do Brasil, Roger Mello tem conquistado diversos prêmios por seus trabalhos como ilustrador, autor de livros de imagem e livros para criança, e também como dramaturgo. Em 2002, Meninos do Mangue foi o grande destaque nos concursos literários, recebendo, da Câmara Brasileira do Livro, dois Jabuti's (de Melhor Ilustração e de Melhor Livro Juvenil) e, da Fondation Espace Enfants (FEE), Suiça, o Grande Prêmio Internacional. Para o teatro, ele escreveu os textos de Uma história de boto-vermelho (1992), O país dos mastodontes, Curupira e Festa no céu.
Ilustrações abaixo:
Que Bicho Será Que Fez o Buraco
Ilustração: Roger Mello
Texto: Angelo Machado
Editora Nova Fronteira
www.novafronteira.com.br
tel: (21) 2131 1111
Rio de Janeiro - Brasil
Ilustrador e autor de livros infantis, Roger Mello nasceu em Brasília, em 20 de novembro de 1965, e vem se destacando como um dos nomes mais aclamados pela crítica e pelo público. Suas cores fortes e quentes preenchem traços carregados de dramaticidade e espírito lúdico, emprestando às obras de outros escritores um clima marcadamente brasileiro e festeiro. Esse também é tempero essencial de muitos de seus livros, escrevendo principalmente recontos de lendas e histórias do folclore, revelando nuanças da alma e dos feitos do povo.
Obras:
1990 - A flor do lado de lá
1993 - O gato Viriato
1995 - O próximo dinossauro
1996 - Viriato e o leão
1996 - Bumba meu boi bumbá
1996 - Maria Teresa
1997 - Cavalhadas de Pirenópolis
1997 - Griso, o unicórnio
1997 - A Pipa
1999 - Todo cuidado é pouco!
2001 - Meninos do mangue
2002 - Vizinho, vizinha
Artista plástico, Roger Mello é formado em Desenho Industrial e Programação Visual, pela UERJ. No inicío de sua carreira, trabalhou ao lado de Ziraldo, na Zappin, e também se dedicou ao desenho animado: cursos no SENAC, na UERJ e no grupo Animation, com a equipe do National Film Board, do Canadá. Na televisão, fez as vinhetas de encerramento da novela Vamp, para a TV Globo, além de diversas participações na TV Educativa do Rio de Janeiro, nos programas Canta Conto e Um salto para o futuro.
Em 2000, Maria Teresa foi destaque na estréia da série Livros Animados, do canal Futura, ao lado de Vitor e o jacaré de Mariana Massarani. A Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil, que apóia o projeto, foi a responsável pela seleção de 20 obras para a realização de 10 programas que transpõem histórias de autores brasileiros para a televisão, através da animação por computador, respeitando as ilustrações originais.
Sendo um dos artistas mais requisitados do Brasil, Roger Mello tem conquistado diversos prêmios por seus trabalhos como ilustrador, autor de livros de imagem e livros para criança, e também como dramaturgo. Em 2002, Meninos do Mangue foi o grande destaque nos concursos literários, recebendo, da Câmara Brasileira do Livro, dois Jabuti's (de Melhor Ilustração e de Melhor Livro Juvenil) e, da Fondation Espace Enfants (FEE), Suiça, o Grande Prêmio Internacional. Para o teatro, ele escreveu os textos de Uma história de boto-vermelho (1992), O país dos mastodontes, Curupira e Festa no céu.
Ilustrações abaixo:
Que Bicho Será Que Fez o Buraco
Ilustração: Roger Mello
Texto: Angelo Machado
Editora Nova Fronteira
www.novafronteira.com.br
tel: (21) 2131 1111
Rio de Janeiro - Brasil
sexta-feira, julho 29, 2005
The New Yorker
capa de Lorenzo Mattotti
Esta é a capa da Revista The New Yorker de há duas semanas.
Eu estive com ela na mão( e vocês podem encontrá-la na "Trema" nos Restauradores em Lisboa) mas não a comprei porque não tive tempo.
Mas por coincidência o Geraldo mandou-me a capa porque sabe que eu gosto muito desta revista.
A capa é do ilustrador Lorenzo Mattotti que também faz BD,Fashion Illustration e livro infantil.
Eu fiquei a conhecer a New Yorker há uns 7 anos quando uma amiga minha trouxe-me uma de NY, o que eu gosto é das capas que são quase sempre muito plásticas.Desta capa gostei mesmo muito.
A capa desta revista é das mais bem pagas nos Estados Unidos.
Saiu também há um tempo um livro dos 80 anos de Ilustração para a New Yorker.
Quando fui a uma entrevista em NY a editora explicou-me que existem muitos art directors que procuram ilustradores para livro infantil nas capas da New Yorker e do Book Review do TNYT.
É um bocado como aqui,porque eu também fiz o meu primeiro livro porque viram as minhas ilustrações na Terra do Nunca.
Foi assim que descobriram a Ana Juan e o Boris Kulikov.
ilustração de Ana Juan para "Elena's Serenade"
Eu descobri a Ana Juan através do Geraldo,ela é espanhola.
Tem alguns livros infantis, eu depois coloco o "Elena's Serenade" em post.
Contos de Animais...
Aqui está a capa do primeiro livro que ilustrei.
A placa nas mãos da raposa não é da minha "autoria", mas sim do designer que fez o projecto (a minha raposa estava só a tentar apanhar o galo de surpresa). Algumas ilustrações estão bastante cortadas nas margens.
Já está à venda em muitas livrarias. Se o virem e quiserem enviar opiniões, já sabem...
A educação de um ilustrador
Nem de propósito, dei de caras com este livro. Tem contributos de mestres como Marshall Arisman ou Brad Holland, entre outros.
Deixo-vos uma nota editorial para ficarem com uma ideia:
"Part manifesto, part instruction manual, this volume's cutting-edge essays, interviews, and course syllabi provide the first-ever blueprint for teaching and practicing the dynamic art and craft of illustration. This revolutionary book fills a practical and an intellectual void for educators, students, and professionals in the field of illustration. Based on interviews with top illustrators and teachers, the book discusses how professionals acquired their illustration know-how and went on to apply it in their careers. Also explored are model illustration education curricula-for both undergraduate and graduate levels-created by leading illustration educators and practitioners. Offering a diverse range of attitudes, philosophies, and visions, this book is the first to address pressing issues confronting education in the illustration arts, including such concerns as authorship, new media, and the marriage of illustration and design."
Pode ser que o consigam encomendar antes de ir para férias. Assim quando vierem, temos mais matérias para discussão. Claro que depois temos que transpor as coisas para a nossa realidade, mas é bom nivelar por cima.
Contratos
Tendo em conta os problemas de relacionamento com as editoras e outras entidades que nos contratam, que muitas vezes surgem por desconhecimento do meio em que nos movemos, decidi dar a conhecer este livro que pode ser muito útil para fazer respeitar os nossos direitos.
Nele podemos encontrar várias minutas de contratos a celebrar com editoras e não só. Também há exemplos de acordos entre ilustrador/agente, ilustrador/galeria, contratos para cedência de direitos para filmes, participação em conferências, etc.
Como cooperador da Sociedade Portuguesa de Autores, não vejo este livro como um substituto do apoio dado pela SPA, (até porque ele se estende muito para além do trabalho da eleboração de contratos), mas antes como mais um instrumento a que se pode recorrer para ter a noção de como se deve proceder quando surgem situações novas.
A maior parte das situações apresentadas não nos são nada familiares, o que demonstra bem a dimensão - pequena - do nosso mercado e, por outro lado, a consciência, tipicamente americana, de tudo pode ser negócio e quem participa nele não deve ficar a perder. Esta última questão leva-me a lançar já mais um tema para debate: afinal quem ganha com a edição de livros para crianças? Trata-se do sector do comércio livreiro com maior produção, em que as novidades se sucedem a uma velocidade estonteante, o que me leva a pensar que deve ser um negócio rentável. Para os ilustradores, no entanto, não é!
Nele podemos encontrar várias minutas de contratos a celebrar com editoras e não só. Também há exemplos de acordos entre ilustrador/agente, ilustrador/galeria, contratos para cedência de direitos para filmes, participação em conferências, etc.
Como cooperador da Sociedade Portuguesa de Autores, não vejo este livro como um substituto do apoio dado pela SPA, (até porque ele se estende muito para além do trabalho da eleboração de contratos), mas antes como mais um instrumento a que se pode recorrer para ter a noção de como se deve proceder quando surgem situações novas.
A maior parte das situações apresentadas não nos são nada familiares, o que demonstra bem a dimensão - pequena - do nosso mercado e, por outro lado, a consciência, tipicamente americana, de tudo pode ser negócio e quem participa nele não deve ficar a perder. Esta última questão leva-me a lançar já mais um tema para debate: afinal quem ganha com a edição de livros para crianças? Trata-se do sector do comércio livreiro com maior produção, em que as novidades se sucedem a uma velocidade estonteante, o que me leva a pensar que deve ser um negócio rentável. Para os ilustradores, no entanto, não é!
quinta-feira, julho 28, 2005
O que é ilustração para crianças? ( a partir de Cecília Meireles )
Cecília Meireles nasceu no Brasil e foi a poeta que todos conhecemos. Também foi professora primária e criou a primeira biblioteca infantil. Talvez por isso ( mas não necessáriamente por isso ), na poesia que escreveu para crianças lê-se a inteireza que o destinatário/leitor criança lhe merecia. Não é por acaso que o livro Ou Isto Ou Aquilo, apesar de ter sido editado há muito tempo, parece ter sido feito hoje: é um clássico pela intemporalidade. E eu acho que o segredo está nesse saber olhar de frente ( e não de cima para baixo ) a criança.
Com ela, e propósito do que ela reflecte sobre Literatura Infantil em geral, aproximamo-nos da grande questão alquimica: ilustração para crianças, o que é?
" Costuma-se classificar como Literatura Infantil o que para as crianças se escreve. Seria mais acertado, talvez assim classificar o que elas lêem com utilidade e prazer. Não haveria, pois, uma Literatura Infantil à priori mas à posteriori. Mais da que Literatura Infantil existem livros para crianças." ( 1951 )
terça-feira, julho 26, 2005
Black Cats...
Na ultima viagem que fiz passei pela linda Noruega e em Oslo descobri uma vitamina chamada Museu internacional de Arte Infantil .
Estava sentada num café e vi naqueles livrinhos ridículos que nos explicam como conhecer a cidade em 1 dia , a imagem que vos envio e que despertou tanto a minha atenção que resolvi visitá-lo.
Apanhei um susto logo á entrada onde no jardim do Museu resolveram salpicar anões, duendes e cogumelos já comidos pelo sol ,parecidos com aqueles que encontro no jardim da minha avó, sem desmotivar e já que tinha trocado 3 vezes de transportes para ali chegar achei que era sensato e resolvi entrar. Uma vez lá dentro a história era outra , havia crianças por todo o lado ,como era de esperar e um músico a tocar para elas. Todo o interior estava forrado com desenhos, pinturas , esculturas e tapeçarias enviados por crianças de diferentes partes do Mundo .Um Museu muito interessante onde decorrem também diferentes workshops. Existe ainda uma sala para maiores de 12 anos dedicada á droga e uma outra onde se pode ver desenhos e esculturas incriveis sobre o terrorismo.
O Museu foi criado em 1986 por Rafael Goldin e Alla Goldin e aconselho
a visitar o site www.childrensart.com , as imagens não têm muita resolução mas dá para ter uma ideia do esforço de um grupo de pessoas em divulgar a Arte infantil .
Estava sentada num café e vi naqueles livrinhos ridículos que nos explicam como conhecer a cidade em 1 dia , a imagem que vos envio e que despertou tanto a minha atenção que resolvi visitá-lo.
Apanhei um susto logo á entrada onde no jardim do Museu resolveram salpicar anões, duendes e cogumelos já comidos pelo sol ,parecidos com aqueles que encontro no jardim da minha avó, sem desmotivar e já que tinha trocado 3 vezes de transportes para ali chegar achei que era sensato e resolvi entrar. Uma vez lá dentro a história era outra , havia crianças por todo o lado ,como era de esperar e um músico a tocar para elas. Todo o interior estava forrado com desenhos, pinturas , esculturas e tapeçarias enviados por crianças de diferentes partes do Mundo .Um Museu muito interessante onde decorrem também diferentes workshops. Existe ainda uma sala para maiores de 12 anos dedicada á droga e uma outra onde se pode ver desenhos e esculturas incriveis sobre o terrorismo.
O Museu foi criado em 1986 por Rafael Goldin e Alla Goldin e aconselho
a visitar o site www.childrensart.com , as imagens não têm muita resolução mas dá para ter uma ideia do esforço de um grupo de pessoas em divulgar a Arte infantil .
domingo, julho 24, 2005
Ainda a Corraini... ( já com o depois )
Parece irónico. Ou, se calhar, é mesmo o contrário disso e veio para reforçar tudo o que aconteceu depois.
Explico: refiro-me aos dois posts da Alice e do André Lemos sobre a Corriani. É sim, "sem dúvida das melhores editoras que por aí andam". A qualidade exala por todos os poros dos livros que editam. E falo já para além dos autores: dos papéis escolhidos "a dedo" pela gramagem e textura que melhor dará corpo aos textos, à cor impressa, ao formato, ao...
Muitos livros obrigam, inclusivé, a vários labores manuais para a sua feitura. E é isso mesmo que sentimos com um livro destes nas mãos: a proximidade "mais próxima" possível com o seu autor e com o seu original. Esta editora sabe bem que o texto de um livro não começa nem acaba nas letras do alfabeto; sabe bem o seu papel de mediadora entre o artista e o leitor e não se tenta substituir ou anular ( seja voluntáriamente, seja por desconhecimento) nenhum destes pólos.
Ora a Corriani antecipou em espelho o que depois veio a acontecer ao livro da Carla.O contraste não poderia ser maior. Reforça tudo o que ela denuncia com a maior justiça. E diz tudo, ou quase tudo, daquilo que é raríssimo encontrar em Portugal. Decepar um texto visual ( e este inclui o projecto gráfico ) é o mesmo do que amputar um texto verbal de várias das suas palavras, frases ou parágrafos. Mas pois, os nossos níveis de iliteracia ainda estão atolados nos abcs mais básicos... a imagem é um luxo.
Encerremos com a Corraini, também para percebermos que esta editora não tem em catálogo apenas autores clássicos ou italianos. Este ano em Bolonha, descobri a Harriet Russell através de um livrinho absolutamente inteligente; um nonsense estudado, muito divertido. "The Utterly pointless couting book" desdobra-se em harmónio e lê-se circularmente. Rir dos números, com os números, como se imitássemos aqueles livros destinados a crianças muito pequenas para a aprendizagem da sequência numérica de 1 a... 11. Só que neste caso estimula-se o pensamento divergente. A relação entre os números e as ilustrações é absolutamente livre e criativa.
Por exemplo, o número 3 é ilustrado pela mancha de tinta vermelha: são 3 camadas de tinta na parede.
Por exemplo, o número 3 é ilustrado pela mancha de tinta vermelha: são 3 camadas de tinta na parede.
Não é desistindo que se melhoram as coisas
De facto, há situações que facilmente nos podem levar ao desespero. Decidi escrever depois de ter lido o grito de revolta da Carla e queria, desde já, deixar claro que compreendo a reacção dela, até porque a maior parte do meu trabalho é feito na mesma área e também já fui vítima de atentados do género e outros piores, como, por exemplo, a destruição de originais.
No entanto, acho que não podemos cair em certos erros, como o da generalização. Primeiro, porque a 0 a 8 não é uma editora. Trata-se de uma empresa de marqueting que decidiu investir num projecto de edição. Isto não os desculpa de forma nenhuma, mas é importante separar as águas e não transformar em carrascos outras editoras que têm feito um esforço por compreender a forma de trabalhar dos ilustradores e as suas necessidades.
É no acompanhamento deste esforço que temos também um papel importante a desempenhar. Existem muitas pessoas novas a trabalhar na área da edição de livros para crianças com vontade de aprender e a consciência de que um bom livro se faz com a colaboração de todas as partes envolvidas. Creio que a solução para estes problemas está na relação com os editores. Se temos o direito de nos queixarmos, também temos o dever de lhes exigir condições para trabalhar; marcando prazos exequíveis; forçando o acompanhamento do trabalho em todas as fases; alertando para as questões da paginação; etc. Talvez com a criação de directores de arte nas editoras estes dissabores fossem menos frequentes, mas, até lá, cabe-nos também a nós zelar pelo melhor tratamento dado ao nosso trabalho. Ainda há muitas falhas e elas continuarão a existir, certamente, até porque cada livro é uma experiência nova que obriga a enfrentar obstáculos novos.
É por isto que acho que não é desistindo que se melhoram as coisas. Assim, estaríamos a reconhecer que tudo o que se tem feito nos últimos anos não valeu a pena. O Salão Lisboa, a Bedeteca, com as suas edições e exposições, o trabalho de pessoas como o Jorge Silva, o João Paulo Cotrim, ou mesmo o que se tem feito no Barreiro, nada disto valeu a pena? E o esforço de uma nova geração de ilustradores que tem contribuido para o enorme salto qualitativo das edições de livros para crianças? E este blog, não será ele um caminho mais sensato para melhorar as coisas do que o virar a as costas e admitir que já não há nada a fazer?
No entanto, acho que não podemos cair em certos erros, como o da generalização. Primeiro, porque a 0 a 8 não é uma editora. Trata-se de uma empresa de marqueting que decidiu investir num projecto de edição. Isto não os desculpa de forma nenhuma, mas é importante separar as águas e não transformar em carrascos outras editoras que têm feito um esforço por compreender a forma de trabalhar dos ilustradores e as suas necessidades.
É no acompanhamento deste esforço que temos também um papel importante a desempenhar. Existem muitas pessoas novas a trabalhar na área da edição de livros para crianças com vontade de aprender e a consciência de que um bom livro se faz com a colaboração de todas as partes envolvidas. Creio que a solução para estes problemas está na relação com os editores. Se temos o direito de nos queixarmos, também temos o dever de lhes exigir condições para trabalhar; marcando prazos exequíveis; forçando o acompanhamento do trabalho em todas as fases; alertando para as questões da paginação; etc. Talvez com a criação de directores de arte nas editoras estes dissabores fossem menos frequentes, mas, até lá, cabe-nos também a nós zelar pelo melhor tratamento dado ao nosso trabalho. Ainda há muitas falhas e elas continuarão a existir, certamente, até porque cada livro é uma experiência nova que obriga a enfrentar obstáculos novos.
É por isto que acho que não é desistindo que se melhoram as coisas. Assim, estaríamos a reconhecer que tudo o que se tem feito nos últimos anos não valeu a pena. O Salão Lisboa, a Bedeteca, com as suas edições e exposições, o trabalho de pessoas como o Jorge Silva, o João Paulo Cotrim, ou mesmo o que se tem feito no Barreiro, nada disto valeu a pena? E o esforço de uma nova geração de ilustradores que tem contribuido para o enorme salto qualitativo das edições de livros para crianças? E este blog, não será ele um caminho mais sensato para melhorar as coisas do que o virar a as costas e admitir que já não há nada a fazer?
Já não dá para mais....
Amigos e visitantes do blog,
Eu peço mil desculpas mas infelizmente tive que apagar o meu post anterior “AAAAAAAHHHHH” sobre a amputação sofrida no livro que fiz para o EXPRESSO, mas é que enganei-me ao colocar as imagens e o template do blog estava desconfigurado e a barra de informações tinha ido parar algures.
Peço desculpa à Manuela, Félix, Mariana, Alice, José Saraiva e Elsa que tinham deixado comentários que agradeço pelo apoio e compreensão demonstrada.
No entanto como já estou mais calma (e não me importo de dizer que tive mesmo um ataque de choro, mas depois de cerca de 10 anos destas histórias, e livro sim, livro não
É sempre um desgaste pela falha das questões mais básicas no que diz respeito à concepção e edição de um livro infantil, desta vez foi mesmo por ter perdido a esperança numa mudança.) aproveito para explicar as coisas de outra forma para que quem não faz este trabalho possa compreender que chega uma altura em que o desgaste não compensa.
Como tinha explicado eu fiz as ilustrações para este livro para que fossem publicadas com um rebordo pintado, como uma nuvem, a aparecer sobre um fundo branco.
Os originais têm a medida exacta das páginas do livro, com mais 0,5cm a toda a volta para a margem de corte e eu desenhei cuidadosamente as miras, a central também e expliquei tudo na entrega do trabalho que aliás foi feito num prazo tão curto que me deixou exausta.A maquete também lá estava na ZEROAOITO. As ilustrações deveriam aparecer assim…
No entanto ontem quando abri o livro pela primeira vez tive a surpresa (má) de ver que as ilustrações tinham sido ampliadas para que a cor viesse até ao fim das páginas, o banco tinha desaparecido, o rebordo que pintei cuidadosamente e pior narizes,árvores, flores e outros pormenores estão completamente amputados.
Tudo sem eu saber, como quem corta as crostas do pão!
Fiquei de rastos.
Os meus contratos, que são feitos pela SPA (sociedade de que aliás não tenho a miníma queixa ,antes pelo contrário, no que diz respeito a zelarem pelo meu trabalho enquanto autora e aconselho vivamente a todos ilustradores que quiserem ter o seu trabalho protegido) dizem:
“ A EDITORA não poderá introduzir, sem o consentimento escrito da AUTORA, qualquer alteração às ilustrações por ela criadas. “
Ora eu não fui consultada sobre estas alterações nem vi as provas do livro. Não se trata de uma birra, mas de uma lei internacional de direitos de AUTOR.A lei existe deve ser cumprida.
Como em geral as pessoas acham que os ilustradores reclamam “de barriga cheia” e deixo aqui alguns pontos para uma melhor compreensão das razões porque o fazemos:
1. Um ilustrador de livro infantil, assim como um escritor, não recebe em geral como pagamento por um livro mais que 5% do preço de capa sem IVA sobre a venda de cada exemplar.
Em Portugal a média de uma edição é de 2000 exemplares, e mesmo assim por vezes subtrai-se 200 ou 300 exemplares que são para promoção e oferta e sobre os quais não há ganhos.
Basta pegar num livro numa livraria, ver o preço ,subtrair os 5% de Iva e já vêm quanto ganhámos.
Nem 1000€ numa edição! Mas continuamos a fazer livros porque gostamos. Um livro chega a ter 56 páginas, por vezes pintadas de uma ponta à outra. Num trabalho de meses que alternamos com outras coisas para sustentarmos o gosto de os fazer. Para quê?
2.Por essa razão lutamos pela promoção do livro e para que saia bem para que se possa vender e chegar a uma segunda e talvez terceira edição.
3.Um ilustrador planeia cuidadosamente um livro,ou assim deve fazer. É um texto visual e como tal queremos transmitir uma mensagem e temos assim também as nossas vírgulas,pontuações! Quando uma editora publica um livro mal digitalizado, mal impresso, de pernas para o ar, sem quatro páginas, de ilustrações cortadas como me aconteceu porque “Olha assim até não fica nada mal e ninguém nota”, sem nos consultar, sem perguntar se não queremos alterar porque assim o livro fica melhor por esta ou aquela razão, a mensagem chega ao público amputada.
É como querermos falar e taparem-nos a boca com a mão. E isso desculpem, mas dói. Ainda mais quando fizemos o melhor possível para que o trabalho fique bem.
4. Quando o público compra um livro e acha que mesmo assim está bonito é grave!
Primeiro porque está a ter acesso a uma obra amputada, depois porque está a ser educado para um gosto também amputado. E a culpa não é do público.
5. Quando um livro sai em más condições não tem hipóteses num concurso internacional,
nem a uma tradução para outro país, nem podemos juntá-lo a um portfolio para uma editora estrangeira. Os livros infantis portugueses raramente atravessam fronteiras.
Porque o mundo está cheio de livros bem impressos e com um bom design!
6. Para terem a noção um dos livros vencedores do RAGAZZI AWARDS de Bolonha deste ano era do RUANDA! Estava bem impresso, sem ilustrações cortadas.Foi comprado por editoras de vários países.É das EDITIONS BAKAME, vale a pena dar uma olhada no site da feira.
Não teremos nós a sorte de ter melhores condições de um país como o RUANDA?
Porque acontecem estas coisas em PORTUGAL?
7. De há dois anos para cá que trabalho com uma editora Espanhola e contacto com editores nos Estados Unidos.
A principio fiquei surpreendida, não só por perceber que a ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA realmente existe com um carácter singular como também é bem acolhida e considerada BOA.Também porque sou sempre muito bem tratada e com um grande profissionalismo, por vezes até me sinto mimada tal é a compreensão demonstrada.
Não digo que estes problemas ou outros não aconteçam, já me aconteceu, mas bastou-me escrever uma carta dizendo que estava triste com o resultado de um livro e explicar as razões, para que o livro ter sido imediatamente retirado do mercado, reeditado de novo com todas as falhas que apontei corrigidas, um pedido de desculpas, um “obrigada por nos teres dito,precisamos de saber dessas falhas" e melhor ainda um “É um prazer trabalhar contigo”.
Fiquei surpreendida! Claro, por aqui somos mal vistos se abrimos aboca para reclamar daquilo que está certo!
É claro que eu sou um individuo e como tal não vou dizer a ninguém que desista de trabalhar no seu país, eu sei o que é melhor para mim, e cada um deve fazer o mesmo.
Durante este tempo eu achei que não devia desistir de publicar em Portugal, que o bom da experiência lá fora seria o de tentar mudar e trazer coisas novas cá para dentro. No entanto deixei de achar que valha a pena, enquanto não se souber o que é um Ilustrador, quais os seus direitos e que de facto é uma profissão reconhecida como qualquer outra estas questões vão continuar a acontecer. E eu não quero estar sempre a passar por isso.
Eu peço mil desculpas mas infelizmente tive que apagar o meu post anterior “AAAAAAAHHHHH” sobre a amputação sofrida no livro que fiz para o EXPRESSO, mas é que enganei-me ao colocar as imagens e o template do blog estava desconfigurado e a barra de informações tinha ido parar algures.
Peço desculpa à Manuela, Félix, Mariana, Alice, José Saraiva e Elsa que tinham deixado comentários que agradeço pelo apoio e compreensão demonstrada.
No entanto como já estou mais calma (e não me importo de dizer que tive mesmo um ataque de choro, mas depois de cerca de 10 anos destas histórias, e livro sim, livro não
É sempre um desgaste pela falha das questões mais básicas no que diz respeito à concepção e edição de um livro infantil, desta vez foi mesmo por ter perdido a esperança numa mudança.) aproveito para explicar as coisas de outra forma para que quem não faz este trabalho possa compreender que chega uma altura em que o desgaste não compensa.
Como tinha explicado eu fiz as ilustrações para este livro para que fossem publicadas com um rebordo pintado, como uma nuvem, a aparecer sobre um fundo branco.
Os originais têm a medida exacta das páginas do livro, com mais 0,5cm a toda a volta para a margem de corte e eu desenhei cuidadosamente as miras, a central também e expliquei tudo na entrega do trabalho que aliás foi feito num prazo tão curto que me deixou exausta.A maquete também lá estava na ZEROAOITO. As ilustrações deveriam aparecer assim…
No entanto ontem quando abri o livro pela primeira vez tive a surpresa (má) de ver que as ilustrações tinham sido ampliadas para que a cor viesse até ao fim das páginas, o banco tinha desaparecido, o rebordo que pintei cuidadosamente e pior narizes,árvores, flores e outros pormenores estão completamente amputados.
Tudo sem eu saber, como quem corta as crostas do pão!
Fiquei de rastos.
Os meus contratos, que são feitos pela SPA (sociedade de que aliás não tenho a miníma queixa ,antes pelo contrário, no que diz respeito a zelarem pelo meu trabalho enquanto autora e aconselho vivamente a todos ilustradores que quiserem ter o seu trabalho protegido) dizem:
“ A EDITORA não poderá introduzir, sem o consentimento escrito da AUTORA, qualquer alteração às ilustrações por ela criadas. “
Ora eu não fui consultada sobre estas alterações nem vi as provas do livro. Não se trata de uma birra, mas de uma lei internacional de direitos de AUTOR.A lei existe deve ser cumprida.
Como em geral as pessoas acham que os ilustradores reclamam “de barriga cheia” e deixo aqui alguns pontos para uma melhor compreensão das razões porque o fazemos:
1. Um ilustrador de livro infantil, assim como um escritor, não recebe em geral como pagamento por um livro mais que 5% do preço de capa sem IVA sobre a venda de cada exemplar.
Em Portugal a média de uma edição é de 2000 exemplares, e mesmo assim por vezes subtrai-se 200 ou 300 exemplares que são para promoção e oferta e sobre os quais não há ganhos.
Basta pegar num livro numa livraria, ver o preço ,subtrair os 5% de Iva e já vêm quanto ganhámos.
Nem 1000€ numa edição! Mas continuamos a fazer livros porque gostamos. Um livro chega a ter 56 páginas, por vezes pintadas de uma ponta à outra. Num trabalho de meses que alternamos com outras coisas para sustentarmos o gosto de os fazer. Para quê?
2.Por essa razão lutamos pela promoção do livro e para que saia bem para que se possa vender e chegar a uma segunda e talvez terceira edição.
3.Um ilustrador planeia cuidadosamente um livro,ou assim deve fazer. É um texto visual e como tal queremos transmitir uma mensagem e temos assim também as nossas vírgulas,pontuações! Quando uma editora publica um livro mal digitalizado, mal impresso, de pernas para o ar, sem quatro páginas, de ilustrações cortadas como me aconteceu porque “Olha assim até não fica nada mal e ninguém nota”, sem nos consultar, sem perguntar se não queremos alterar porque assim o livro fica melhor por esta ou aquela razão, a mensagem chega ao público amputada.
É como querermos falar e taparem-nos a boca com a mão. E isso desculpem, mas dói. Ainda mais quando fizemos o melhor possível para que o trabalho fique bem.
4. Quando o público compra um livro e acha que mesmo assim está bonito é grave!
Primeiro porque está a ter acesso a uma obra amputada, depois porque está a ser educado para um gosto também amputado. E a culpa não é do público.
5. Quando um livro sai em más condições não tem hipóteses num concurso internacional,
nem a uma tradução para outro país, nem podemos juntá-lo a um portfolio para uma editora estrangeira. Os livros infantis portugueses raramente atravessam fronteiras.
Porque o mundo está cheio de livros bem impressos e com um bom design!
6. Para terem a noção um dos livros vencedores do RAGAZZI AWARDS de Bolonha deste ano era do RUANDA! Estava bem impresso, sem ilustrações cortadas.Foi comprado por editoras de vários países.É das EDITIONS BAKAME, vale a pena dar uma olhada no site da feira.
Não teremos nós a sorte de ter melhores condições de um país como o RUANDA?
Porque acontecem estas coisas em PORTUGAL?
7. De há dois anos para cá que trabalho com uma editora Espanhola e contacto com editores nos Estados Unidos.
A principio fiquei surpreendida, não só por perceber que a ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA realmente existe com um carácter singular como também é bem acolhida e considerada BOA.Também porque sou sempre muito bem tratada e com um grande profissionalismo, por vezes até me sinto mimada tal é a compreensão demonstrada.
Não digo que estes problemas ou outros não aconteçam, já me aconteceu, mas bastou-me escrever uma carta dizendo que estava triste com o resultado de um livro e explicar as razões, para que o livro ter sido imediatamente retirado do mercado, reeditado de novo com todas as falhas que apontei corrigidas, um pedido de desculpas, um “obrigada por nos teres dito,precisamos de saber dessas falhas" e melhor ainda um “É um prazer trabalhar contigo”.
Fiquei surpreendida! Claro, por aqui somos mal vistos se abrimos aboca para reclamar daquilo que está certo!
É claro que eu sou um individuo e como tal não vou dizer a ninguém que desista de trabalhar no seu país, eu sei o que é melhor para mim, e cada um deve fazer o mesmo.
Durante este tempo eu achei que não devia desistir de publicar em Portugal, que o bom da experiência lá fora seria o de tentar mudar e trazer coisas novas cá para dentro. No entanto deixei de achar que valha a pena, enquanto não se souber o que é um Ilustrador, quais os seus direitos e que de facto é uma profissão reconhecida como qualquer outra estas questões vão continuar a acontecer. E eu não quero estar sempre a passar por isso.
sábado, julho 23, 2005
INCRIVÉL
O QUE FIZERAM À CARLA!!!!!!
É incrível. Na altura escrevi nos comentários por baixo do desabafo dela.
Leiam que é para todos os ilustradores,
EMIGREM antes que fiquem baldas e naquela de não vale a pena pra quem é bacalhau basta. Ou antes que fiquem cheios de compromissos familiares por cá.
É pena mas é a pura das verdades.
É incrível. Na altura escrevi nos comentários por baixo do desabafo dela.
Leiam que é para todos os ilustradores,
EMIGREM antes que fiquem baldas e naquela de não vale a pena pra quem é bacalhau basta. Ou antes que fiquem cheios de compromissos familiares por cá.
É pena mas é a pura das verdades.
sexta-feira, julho 22, 2005
ILLUSTRATOR'S EXHIBITION BOLOGNA
Olá,
Quem quiser concorrer à Exposição de Ilustradores que decorre durante a feira de Bolonha fica aqui o e-mail que recebi.
"Dear Children's Book Illustrator,The Bologna Children's Book Fair invites you to participate in the next Bologna Illustrators Exhibition, which will be held from Monday 27 to Thursday 30 March 2006.
The Illustrators Exhibition provides a unique opportunity of presenting and promoting your own works to the most representative figures of the children's publishing sector, thanks to the concurrent Fair, the world's most important event in this field.
The publication of the selected works on the "Annual" catalogue distributed worldwide as well as the travelling itinerary of the Exhibition to several Japanese art museums (in co-operation with IBBY) increase the visibility of all participating artists.
Complete contest rules and entry forms are available online at www.bookfair.bolognafiere.it.
Please submit your application form directly online, by logging on http://www.bookfair.bolognafiere.it/page.asp?m=52&l=2&a=&ma=6&c=1153&p=52Howtotakepart
Entries close on October 31, 2005.
Judging will be done by an international panel of art school teachers, museum curators and children's book publishers.We are counting on your participation and look forward to receiving your artwork
Kind regards,Elena PasoliManagerBologna Children's Book Fair"
Quem quiser concorrer à Exposição de Ilustradores que decorre durante a feira de Bolonha fica aqui o e-mail que recebi.
"Dear Children's Book Illustrator,The Bologna Children's Book Fair invites you to participate in the next Bologna Illustrators Exhibition, which will be held from Monday 27 to Thursday 30 March 2006.
The Illustrators Exhibition provides a unique opportunity of presenting and promoting your own works to the most representative figures of the children's publishing sector, thanks to the concurrent Fair, the world's most important event in this field.
The publication of the selected works on the "Annual" catalogue distributed worldwide as well as the travelling itinerary of the Exhibition to several Japanese art museums (in co-operation with IBBY) increase the visibility of all participating artists.
Complete contest rules and entry forms are available online at www.bookfair.bolognafiere.it.
Please submit your application form directly online, by logging on http://www.bookfair.bolognafiere.it/page.asp?m=52&l=2&a=&ma=6&c=1153&p=52Howtotakepart
Entries close on October 31, 2005.
Judging will be done by an international panel of art school teachers, museum curators and children's book publishers.We are counting on your participation and look forward to receiving your artwork
Kind regards,Elena PasoliManagerBologna Children's Book Fair"
quinta-feira, julho 21, 2005
Memórias de Praga-Honza Wolf
No ano em que vivi em Praga, para onde fui estudar logo a seguir a ter acabado a faculdade descobri este ilustrador. Honza Wolf.
Como por aqui nada se passava em termos de cursos de Ilustração decidi por iniciativa própria ir para a Escola de Artes Aplicadas de Praga (conhecida por UMPRUM) onde tinham estudado ilustradores que admirava muito na altura como a Manuela Bacelar e a Kvieta Pacóvská.(Não consigo fazer os acentos todos mas lê-se Kevietá Patsovská).
As coisas de Honza Wolf estavam em todo o lado, nas livrarias, bares, restaurantes.
E eu comprava quase tudo, postais, miniposters e colava na parede do meu quarto.
Ainda guardo este calendário oferecido no Natal pelo meu grande amigo Julien Vérnier, parisiense da minha idade, com um talento enorme para Artes Plásticas e que se alimentava de café e Gauloises sem filtro e dizia que a mãe tinha namorado com Manara (até hoje não sei se era verdade) , grande companheiro de tertúlias com quem bati Praga “from dusk till dawn”.
Tenho um certo carinho por esta ilustração porque pela assinatura dá para saberque foi feita no VELRYBA (baleia). O Velryba era um restaurante-bar onde ia com os meus amigos quase todos os dias. Havia ainda o Roxy, o Radost FX, as noites dos anos 80 do Lucerna, o U Sudu, os bares de Jazz e o bar do museu de Artes decorativas ao lado da escola que era dos poucos que tinham café expresso.Depois soube que o Velryba tinha fechado há uns anos.
Das estranhas memórias que guardo da cidade são as de atravessarmos as pontes de madrugada, principalmente quando havia neve, porque a cidade parecia e fazia o
eco de um cenário; das ratazanas a “pastar”as 4 da manhã em frente as quiosques NON-STOP da paragem de eléctrico em frente ao Tesco na Naródní Trída e dos bares das escolas venderem vodka, Slivovice e cigarros a avulso e de ser normal toda a gente andar a beber shots logo de manhã.
Ilustrações de Honza Wolf (c)
Como por aqui nada se passava em termos de cursos de Ilustração decidi por iniciativa própria ir para a Escola de Artes Aplicadas de Praga (conhecida por UMPRUM) onde tinham estudado ilustradores que admirava muito na altura como a Manuela Bacelar e a Kvieta Pacóvská.(Não consigo fazer os acentos todos mas lê-se Kevietá Patsovská).
As coisas de Honza Wolf estavam em todo o lado, nas livrarias, bares, restaurantes.
E eu comprava quase tudo, postais, miniposters e colava na parede do meu quarto.
Ainda guardo este calendário oferecido no Natal pelo meu grande amigo Julien Vérnier, parisiense da minha idade, com um talento enorme para Artes Plásticas e que se alimentava de café e Gauloises sem filtro e dizia que a mãe tinha namorado com Manara (até hoje não sei se era verdade) , grande companheiro de tertúlias com quem bati Praga “from dusk till dawn”.
Tenho um certo carinho por esta ilustração porque pela assinatura dá para saberque foi feita no VELRYBA (baleia). O Velryba era um restaurante-bar onde ia com os meus amigos quase todos os dias. Havia ainda o Roxy, o Radost FX, as noites dos anos 80 do Lucerna, o U Sudu, os bares de Jazz e o bar do museu de Artes decorativas ao lado da escola que era dos poucos que tinham café expresso.Depois soube que o Velryba tinha fechado há uns anos.
Das estranhas memórias que guardo da cidade são as de atravessarmos as pontes de madrugada, principalmente quando havia neve, porque a cidade parecia e fazia o
eco de um cenário; das ratazanas a “pastar”as 4 da manhã em frente as quiosques NON-STOP da paragem de eléctrico em frente ao Tesco na Naródní Trída e dos bares das escolas venderem vodka, Slivovice e cigarros a avulso e de ser normal toda a gente andar a beber shots logo de manhã.
Ilustrações de Honza Wolf (c)
Bienal do Barreiro
Alguem teria notícias sobre o andamento do processo de seleção da Ilustrarte - Bienal do Barreiro?
Geraldo
Geraldo
quarta-feira, julho 20, 2005
Bologna e Ajubel
Olá Levina,
teve graça porque eu ia colocar Ajubel em post como uma das minhas descobertas favoritas da Feira de Bologna.Dantes não o conhecia,depois quando cheguei cá descobri o site.Ele é mesmo muito versátil não é?...e agora abri o blog e dei de caras com a ilustração que colocaste.
Descobri-o ao pegar neste livro num pavilhão e gostei mesmo muito....
Tinha também umas ilustrações inéditas fabulosas na exposição dos Espanhóis, com umas cores fluorescentes. Eu não cheguei a comprar o catálogo que era um bocado caro.Depois tive pena, mas aquilo é tanta coisa....
Talvez a Dora ou o Geraldo tenham comprado e possam mostrá-las...
Tens mais coisas sobre ele ou dele? Sem ser as do site?
bjs Carla
teve graça porque eu ia colocar Ajubel em post como uma das minhas descobertas favoritas da Feira de Bologna.Dantes não o conhecia,depois quando cheguei cá descobri o site.Ele é mesmo muito versátil não é?...e agora abri o blog e dei de caras com a ilustração que colocaste.
Descobri-o ao pegar neste livro num pavilhão e gostei mesmo muito....
Tinha também umas ilustrações inéditas fabulosas na exposição dos Espanhóis, com umas cores fluorescentes. Eu não cheguei a comprar o catálogo que era um bocado caro.Depois tive pena, mas aquilo é tanta coisa....
Talvez a Dora ou o Geraldo tenham comprado e possam mostrá-las...
Tens mais coisas sobre ele ou dele? Sem ser as do site?
bjs Carla
Ajubel
Estava a dar uma voltinha pela net quando em visita ao site de um ilustrador que me é muito querido dei com o trabalho que fez para nós, mais concretamente para a revista LER, e que já tinha pensado colocar aqui. Pois cá está ele.
Trata-se de AJUBEL, ilustrador nascido em Cuba, radicado em Espanha. Colaborador do La Vanguardia e do El Mundo, largamente editado e premiado.
Por favor, vão espreitar em www.ajubel.com e, já agora, reparem como o desenho se articula com o texto na secção de ilustrações a preto e branco.
terça-feira, julho 19, 2005
Book Review-Parte 2
E a acrescentar ao post do Geraldo, a nosso contribuinte do outro lado do oceano,sobre o Bookreview do The New York Times, para quem não conhece o trabalho do (meu mais recente "amor",eh, eh...) BORIS KULIKOV, o do André já todos conhecemos e ficamos contentes por ver mais, fica aí uma imagem.
"Boris Kulikov is an illustrator, a painter, and a costume designer.
He graduated from the institute of Theater, Music and Cinema in St. Petersburg, Russia and lives in Brooklyn, New York"
Ele também ilustra para crianças.O meu favorito. "Morris the Artist" e a sair brevemente(tive a sorte de o ver a ser paginado e está lindoooo!) "The boy who cried wolf".
Kulikov é neste momento um dos meus ilustradores preferidos.
"Boris Kulikov is an illustrator, a painter, and a costume designer.
He graduated from the institute of Theater, Music and Cinema in St. Petersburg, Russia and lives in Brooklyn, New York"
Ele também ilustra para crianças.O meu favorito. "Morris the Artist" e a sair brevemente(tive a sorte de o ver a ser paginado e está lindoooo!) "The boy who cried wolf".
Kulikov é neste momento um dos meus ilustradores preferidos.
COLECTIVA AO 8ITAVO MÊS
Como nem só da Ilustração vive o homem e assim como a Alice há ilustradores a investir em carreiras paralelas, o Pedro Zamith e eu, enquanto pintores! vamos fazer uma exposição colectiva de Pintura juntamente com a escultora Araci Tanan.
Fica aqui o convite e o texto da exposição.
Araci Tanan
Inaugura na próximo Sábado, dia 23 de Julho de 2005 às 15 horas na Galeria Pedro Serrenho – Arte Contemporânea,
sito R.ª dos Navegantes 43 A – Lisboa (ao lado da Basílica da Estrela)
a Exposição colectiva de Pintura e Escultura “Colectiva ao 8itavo mês” dos artistas: Araci Tanan, Carla Pott e Pedro Zamith.
Esta mostra estará patente até ao dia 10 de Setembro de 2005, de Terça a Sábado das 11 às 19 horas.
Zamith-Insólito
“No início do discurso da modernidade pictórica desenvolveram-se, basicamente, duas linhas de pesquisa. Uma mais sensorial vinculada com o postulado do “olho inocente ou infantil”, em que o poder da pintura (ou das artes plásticas) radicava na capacidade de perceber as manchas, as formas e as cores enquanto tal, sem consciência do que eventualmente pudessem significar – é o que John Ruskin propunha nos seus textos de arte –. A outra, pelo contrário, sugeria uma participação da capacidade mental, que classifica, organiza e produz em consequência, um sistema especifico do plástico – os escritos de Maurice Denis dão conta dessa procura –. A contradição evidente dessas duas linhas de pesquisa diluía-se ou reconciliava-se numa mesma vontade: a de configurar uma linguagem plástica, própria e independente, que tentava cortar o vínculo com os temas, com as palavras, com os relatos, sejam estes, sagrados ou literários.
Pott-For those who are happy
Os trabalhos de Carla Pott, Araci Tanan e Pedro Zamith lembram essa vontade de autonomia perseguida pelos artistas. Deste modo, a aproximação evidente ao universo da ilustração nos seus trabalhos não é simples nem inocente. Os três jogam com as referências textuais sem por isso descuidar, neste assumido exercício ilustrativo, aquela procura de independência do propriamente plástico. (…)” texto de Augusto Carvacho
Eu vou expor uma "mini retrospectiva" com quadros datados de 2001, como o da imagem acima, até mais recentes de 2005.
Não tenho imagens dos quadros novos mas para terem uma idéia já passei por esta fase...
Pott-O meu coelhinho e eu
E agora ando mais ou menos nesta...
Estes dois não estarão expostos pois já não os tenho ,mas é só para terem uma ideia.
Amigos,bloggers,visitantes....Estão todos convidados!
Carla Pott
Fica aqui o convite e o texto da exposição.
Araci Tanan
Inaugura na próximo Sábado, dia 23 de Julho de 2005 às 15 horas na Galeria Pedro Serrenho – Arte Contemporânea,
sito R.ª dos Navegantes 43 A – Lisboa (ao lado da Basílica da Estrela)
a Exposição colectiva de Pintura e Escultura “Colectiva ao 8itavo mês” dos artistas: Araci Tanan, Carla Pott e Pedro Zamith.
Esta mostra estará patente até ao dia 10 de Setembro de 2005, de Terça a Sábado das 11 às 19 horas.
Zamith-Insólito
“No início do discurso da modernidade pictórica desenvolveram-se, basicamente, duas linhas de pesquisa. Uma mais sensorial vinculada com o postulado do “olho inocente ou infantil”, em que o poder da pintura (ou das artes plásticas) radicava na capacidade de perceber as manchas, as formas e as cores enquanto tal, sem consciência do que eventualmente pudessem significar – é o que John Ruskin propunha nos seus textos de arte –. A outra, pelo contrário, sugeria uma participação da capacidade mental, que classifica, organiza e produz em consequência, um sistema especifico do plástico – os escritos de Maurice Denis dão conta dessa procura –. A contradição evidente dessas duas linhas de pesquisa diluía-se ou reconciliava-se numa mesma vontade: a de configurar uma linguagem plástica, própria e independente, que tentava cortar o vínculo com os temas, com as palavras, com os relatos, sejam estes, sagrados ou literários.
Pott-For those who are happy
Os trabalhos de Carla Pott, Araci Tanan e Pedro Zamith lembram essa vontade de autonomia perseguida pelos artistas. Deste modo, a aproximação evidente ao universo da ilustração nos seus trabalhos não é simples nem inocente. Os três jogam com as referências textuais sem por isso descuidar, neste assumido exercício ilustrativo, aquela procura de independência do propriamente plástico. (…)” texto de Augusto Carvacho
Eu vou expor uma "mini retrospectiva" com quadros datados de 2001, como o da imagem acima, até mais recentes de 2005.
Não tenho imagens dos quadros novos mas para terem uma idéia já passei por esta fase...
Pott-O meu coelhinho e eu
E agora ando mais ou menos nesta...
Estes dois não estarão expostos pois já não os tenho ,mas é só para terem uma ideia.
Amigos,bloggers,visitantes....Estão todos convidados!
Carla Pott
segunda-feira, julho 18, 2005
domingo, julho 17, 2005
TICUNA
TICUNA
O Livro das Árvores
"Este livro faz parte do projeto "A natureza segundo os Ticuna", inciado em 1987. As primeiras atividades desse projeto constaram do levantamento de dados e da elaboração de desenhos sobre a flora e a fauna regionais. Essas informações, pesquisadas e registradas pelos professores ticuna, deveriam compor materias didático-pedagógicos para apoias as aulas de ciência nas escolas das aldeias...
Este livro, portanto, apresenta a intensa e rica relacao dos Ticuna com as árvores que formam a floresta..."
Parte do texto de introdução do livro Ticuna - O livro das Árvores. Texto de Jussara Gruber.
Esse livro e muito, muito interessante. São desenhos de árvores feitos pelos índios Ticuna do estado do Amazonas no Brasil. O desenhos são lindos. Mas o livro não faz justiça ao trabalho dos índios. O design não é bom e de certa maneira sufoca os desenhos. A impressão também não é muito boa. Mas dito tudo isso, o livro vale a pena de ser apreaciado. Fiquei muito feliz de ver um projeto como esse acontecendo no Brasil, resgatando um pouco da cultura desse povo que tem sido tão oprimido e dizimado por 500 anos.
TICUNA
O Livro da Árvores
Organização Geral dos Professores Ticuna Bilíngues
ISBN 85-260-0616-9
Global Editora
Rua Pirapitingui, 111
Sao Paulo, SP - 01508020
Brasil
Tel 55-11-3277 7999
global@dialdata.com.br
Serigrafias de Ilustradores
O Centro Português de Serigrafia iniciou há cerca de um ano um projecto para serigrafia com alguns ilustradores coordenado por João Prates e "comissariado" por mim.
Dessas serigrafias três já estão à venda com os tamanhos 50 x 70 cm.
No próprio CPS (vale a pena visitar), nas suas lojas ou através do site www.cps.pt.
São elas:
Danuta Wojciechowska
Alain Corbel
Carla Pott
As próximas a sair são da Teresa Lima e Maria João Worm.
Minhas
Eu também tenho algumas à venda, uma que já se encontra esgotada no CPS e outras resultado de uma encomenda privada, quem estiver interessado escreva um e-mail para a morada do blog com o título "serigrafia-pott" e eu dou mais informações.
Deixo exemplo de uma delas abaixo.
Obrigada Carla
Dessas serigrafias três já estão à venda com os tamanhos 50 x 70 cm.
No próprio CPS (vale a pena visitar), nas suas lojas ou através do site www.cps.pt.
São elas:
Danuta Wojciechowska
Alain Corbel
Carla Pott
As próximas a sair são da Teresa Lima e Maria João Worm.
Minhas
Eu também tenho algumas à venda, uma que já se encontra esgotada no CPS e outras resultado de uma encomenda privada, quem estiver interessado escreva um e-mail para a morada do blog com o título "serigrafia-pott" e eu dou mais informações.
Deixo exemplo de uma delas abaixo.
Obrigada Carla