domingo, julho 24, 2005

Ainda a Corraini... ( já com o depois )










Parece irónico. Ou, se calhar, é mesmo o contrário disso e veio para reforçar tudo o que aconteceu depois.
Explico: refiro-me aos dois posts da Alice e do André Lemos sobre a Corriani. É sim, "sem dúvida das melhores editoras que por aí andam". A qualidade exala por todos os poros dos livros que editam. E falo já para além dos autores: dos papéis escolhidos "a dedo" pela gramagem e textura que melhor dará corpo aos textos, à cor impressa, ao formato, ao...
Muitos livros obrigam, inclusivé, a vários labores manuais para a sua feitura. E é isso mesmo que sentimos com um livro destes nas mãos: a proximidade "mais próxima" possível com o seu autor e com o seu original. Esta editora sabe bem que o texto de um livro não começa nem acaba nas letras do alfabeto; sabe bem o seu papel de mediadora entre o artista e o leitor e não se tenta substituir ou anular ( seja voluntáriamente, seja por desconhecimento) nenhum destes pólos.
Ora a Corriani antecipou em espelho o que depois veio a acontecer ao livro da Carla.O contraste não poderia ser maior. Reforça tudo o que ela denuncia com a maior justiça. E diz tudo, ou quase tudo, daquilo que é raríssimo encontrar em Portugal. Decepar um texto visual ( e este inclui o projecto gráfico ) é o mesmo do que amputar um texto verbal de várias das suas palavras, frases ou parágrafos. Mas pois, os nossos níveis de iliteracia ainda estão atolados nos abcs mais básicos... a imagem é um luxo.
Encerremos com a Corraini, também para percebermos que esta editora não tem em catálogo apenas autores clássicos ou italianos. Este ano em Bolonha, descobri a Harriet Russell através de um livrinho absolutamente inteligente; um nonsense estudado, muito divertido. "The Utterly pointless couting book" desdobra-se em harmónio e lê-se circularmente. Rir dos números, com os números, como se imitássemos aqueles livros destinados a crianças muito pequenas para a aprendizagem da sequência numérica de 1 a... 11. Só que neste caso estimula-se o pensamento divergente. A relação entre os números e as ilustrações é absolutamente livre e criativa.
Por exemplo, o número 3 é ilustrado pela mancha de tinta vermelha: são 3 camadas de tinta na parede.

4 Comments:

Blogger andré lemos said...

Lindo, inteligente e nada óbvio. Este livro já me tinha chamado à atenção no site. Penso que há outro da mesma autora. É o único problema do site da Corraini, não se poder ver os livros por dentro.

4:54 da tarde  
Blogger andré lemos said...

Lindo, inteligente e nada óbvio. Este livro já me tinha chamado à atenção no site. Penso que há outro da mesma autora. É o único problema do site da Corraini, não se poder ver os livros por dentro.

4:54 da tarde  
Blogger kikazinha said...

Só conhecia uns 2 ou 3 livros desta editora e agora com os vossos posts é que reparei pela primeira vez no site.É este o bom do blog aprende-se imensa coisa.
Obrigada.

7:51 da tarde  
Blogger Inês Ribeiro said...

OLÁÁÁÁ !!! JÁ FIZ UM ANEL CORAÇÃO !GOSTAVA DO TEU MAIL PARA TE ENVIAR UM LINK PARA O VERES ...BJ
************INÊS RIBEIRO

6:30 da manhã  

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